O minino que sonha

sexta-feira, novembro 25, 2005

Uma questão de modas...!

Advertência: Este post poderá ferir a susceptibilidade de muitos seres, não aconselhavel a pessoas com problemas cardiacos.




Ultimamente tenho pensado na ascensão de adeptos de fotografia nos últimos 4 anos (ou menos). É incrível ver como toda a gente agora se tornou "artista". Temos que agradecer obviamente ás maquinas digitais, que se não fossem elas, ninguém andava aí feito doido a tirar fotografias a torto e a direito (literalmente). Dá que pensar... Claro que sou um adepto da "democratização" das artes, pois ainda há demasiados seres a pensar que Arte é uma "coisa elitista".

Fig.1 - Descoberta mais fantástica do Homem, após a roda.
Objecto que revolucionou a evolução da espécie humana
introduzindo uma nova espécie: o Homo Artisticus.

Esta mania da fotografia provem de quê? - Põe-se a questão. Simples: Este planeta está habitado por uma data de preguiçosos que para se aproximarem das artes (Porque fica bem dizer que se está no meio), resolvem seguir o caminhos mais fácil, mas há mal nisso? Não... Obviamente que não, só penso é que sai mais barato pegar num papel e num lápis e fazer um desenho, mas o.k., provavelmente um simples "Click" torna as coisas mais fáceis e instantâneas. Mas caramba! O Desenho é a mão de todas as artes, sem excepção!

Eu não critico quem gosta de fotografia, mas sim quem tem a mania que gosta de fotografia.

Quando vemos aquelas fotografias tiradas á "rés vés campo d'Ourique" assim tortas para dar uma noção de movimento, noção essa apelidada de "Movimento Torre Pisa".
Ou então aquelas fotos tiradas aos pés, aí sim é que eu digo com os olhos semicerrados e movimentos que me façam parecer excêntrico: "Artístico meu!...".
Mas as minhas favoritas são as fotos com o chamado "enquadramento de esguelha" onde a vitima da foto é colocada demasiado á esquerda ou direita, deixando um bom espaço livre e que seria interessante se muitas vezes esse espaço livre não fosse ocupado por uma data de objectos e coisas feias que conferem demasiada informação á fotografia.

Outra contribuição para os "artistas" dos novos tempos: Os fotologs. Ou seja: Já não basta algumas fotos serem horríveis ainda temos de atura-las a circular na WorldWide e de seguida aturar os amigos a dizer "Esta foto está muito boa!", "Apanhaste o brilho da sanita duma forma fantástica" (sendo a sanita vidrada - porque sim eu percebo de vidrados cerâmicos - e assim obviamente que vai ter brilho, não?)

Conclusão: Sou totalmente a favor desta nova descoberta de muitos e assim sou a favor que se aprenda a aprofunda-la e não a banaliza-la ou simplesmente estupidifica-la não sendo eu a favor dos academismos na generalidade... Mas talvez uma data de gente que se acha um Nazzolini ou um Relvas precisasse de aprofundar conhecimentos no domínio da estética e da técnica fotográfica, ou então precisasse de mudar de amigos, para uns que lhes dissessem "Epah, apaga isso, está horrível!"

Já pensaram aqueles que são tão adeptos de fotografia como Arte têm a hipótese de ir ver museus sem ter de pagar e mesmo assim não o fazem? E o cinema?
Pois é... Talvez o interesse seja superficial, talvez uma mera questão de modas... Se assim for mais vale encostar a maquina a um canto e só usar para as fotografias de amigos e família, que dizem? Aceitariam o desafio?

Eu pergunto-me: Se algum dia inventarem a "Maquina de Pintar Telas Digital" ou o "Maquina de Esculpir Digital", terá assim tanta adesão? Quererá então isto dizer que o planeta Terra caminha para as Artes e daqui por centenas de séculos seremos um planeta de artistas?


Perguntem-se a vocês mesmos: "Quem é que este gajo se julga ser? Pretencioso de merda...". E de facto sou, mas continuo fiel a vocês meus caros mortais.

Cumprimentos do vosso tão sincero e mauzinho Deus... Adieu

sexta-feira, novembro 18, 2005

Recordar....O Poeta de Abril!


http://media.putfile.com/O-Objecto---Ary-dos-Santos
Convido-vos hoje não a ler mas a escutar...

terça-feira, novembro 15, 2005

Hora de exorcisar o passado! Hurray!

"O Desterrado" Soares dos Reis - Mármore



O Poema sem título

Vanessa era uma menina
que pouco da vida sabia...
Vanessa cresceu, tornou-se mulher
e eu perdi-a!..

Com ela perdi aquele suspiro,
aquele aperto no estômago.
Perdi um riso para mim
e não de mim...
E isso corrói a minha alma...

"Ah... Ela era tão linda!.."
Penso eu para mim.

Vanessa não sabe, pois não?
Não sabe o quanto mudou o meu mundo
ao rejeitá-lo.
Mas também não quer saber,
partiu sem pensar porquê!

Pensou que eu era outro alguém
e talvez fosse...!
Mas sobrevalorizei-nos
ao dizer que o Universo era pequeno,
pequeno demais para nós.

Subi demais e caí: magoei-me...
Tive o triunfo efémero da minha paz interior
Vanessa: a carga de energia inesperada
e que tanto me faltara...

Vanessa transformou-se na inquietude
dos meus hediondos pensamentos...
Continua a ser a força que me faz escrever.


Mas tu não sabes Vanessa...
Não sabes que foste utopia.
Saberás?
Saberás tu algum dia?


Vivo a esperança desesperante
que o mundo em constante mudança
nos leve a acreditar no futuro.

Mas caem-me as lágrimas
ao ver que não é mutua esta crença.
As lágrimas, que me dizem
que fui mais um dia qualquer.
Que sou mera recordação longínqua.

Caem-me lágrimas de saber,
saber que morri,
que sou memória inerte do seu ser
e que nela eu vivi...

Foi nela que saboreei a felicidade
dádiva essa que nunca pensei obter
(mesmo por escassos momentos)...

Mas Vanessa não vai querer saber,
apenas irá ignorar.
Por isso remeto-me à minha pequenez
e assim, vou escrevendo desabafos
e fumando os meus cigarros.

Vanessa partiu sem se despedir
e eu nada poderei fazer, se não
passear e tentar sorrir
pelos caminhos da saudade.

Morreu a cor dos meus sonhos;
Desvaneceu o brilho nos meus olhos,
Perdi a minha identidade,
Tornei-me inexistente...

Uma dor assim não se repete,
mas sei que dói eternamente.


in "Tempos longínquos" Daniel Domingues Monteiro

quinta-feira, novembro 03, 2005

Momento para reflectir sobre: A busca pelo equilíbrio...















There Stalked a Multitude of Dreams, 1969 Federico Castellon. Litografia




The Seek

I see the years passing by
I've seen faces with smiles,
with tears...
So many people in line.

I see me as their ghost
That comes to stay
But you know...
Ghosts leave next day

Every time I try to be different
it's the every time I fail
I just can't make it stop...

I never ment to hurt anybody
I never wanted to make victims on my steps

Maybe I'm just seeking my ghost
Maybe this will all stop when my heart freeze
Maybe I've lost my ghost already
Maybe that's why I'm keeping uneasy

Perhaps someday I'll find you
And nothing will ever make us fall
or make us cry again

Someday this whiskey vanishes
And peace will finally accept the invitation
to remain in my secret party:
the dreams of my sleep


Philip Tutley