O minino que sonha

sexta-feira, janeiro 28, 2005

Decisão final na assembleia dos deuses

E após dias e dias, a assembleia dos deuses, embora não compreendesse a opção do jovem mortal, ao fim de uma longa discussão polémica, o veredicto foi apoiá-lo...
Estava assim feita a derradeira decisão: O jovem mortal vai prosseguir a sua vida, sem nenhum entravo. Todos que tentarem impedir tal atitude sofrerão a ira dos deuses sobre o telhado de suas casas.
De qualquer forma, os deuses continuavam numa tentativa desesperada de entender o jovem mortal.

"O jovem deambulará pelos confins da seu mundo interior! Até que algo aconteça que possa transcender a uma nova vida." - disse o deus mais poderoso dos deuses.

E assim foi, o jovem mortal partiu e nunca mais voltou...

sexta-feira, janeiro 14, 2005

Metamorfose

Não sei como aqui cheguei,
mas tenho pena, não gosto disto,
é triste e deprimente.

Perdi-me num labirinto
já não encontro o meu caminho.
Abata-se-me angústia deste lugar...
Mas aqui ficarei a fugir à tortura,
a temer o futuro...

Sofro agora os horrores do momento
por saber que nada mais me moverá daqui.
Lamento...


O Triunfo dos Tristes

Estou para aqui a derreter
em decomposição mental,
à espera de desaparecer e
me tornar recordação...

E por isso escrevo,
Escrevo poesia não porque me diverte,
apenas o faço para largar o que me resta,
para largar a minha doutrina
para voltar à estaca zero.

Houve tempos que escrevia por vontade,
agora é um vicio, uma necessidade
deixar aqui o que não vou deixar noutro lado:
o ultimo capitulo de uma historia, um fado.

Nada mais tenho que possa ser herdado.
Fica apenas o triunfo dos tristes
para um dia ser cantado.

terça-feira, janeiro 11, 2005

Duvida ao luar

Há um ano vi nascer o homem que há em mim...
Mas passaram quatro dias desde que morreu...

Ainda penso nos infindaveis mundos e caminhos que percorri
Para quê?...

Há uma vasta desilusão a percorrer-me,
a perguntar o objectivo desta viagem.
Eu penso nisso, mas calo-me...
Perfiro divagar, andar á margem.

Quanto mais tempo vou sacrificar?
Abandonar tudo o que de bom tenho
para no final ver que venho
de mãos vazias e a chorar...

Valerá a pena esta busca?
Esta dor que me acalma
de uma mudança tão brusca?

segunda-feira, janeiro 03, 2005

Haverá razão na existência no Natal do Hospitais?!?

A resposta é muito simples... há!!!
Porquê? Ora aí está uma questão interessante...
Qual a razão do massacre anual, nesta época festiva que passou, de música (da chamada "pimba"), que durante umas horas flagelam em todos os canais generalistas do paralelipípedo das imagens nacional, "desmembrando" um a um os nossos, tão essenciais, neurónios? (basicamente, a mesma questão, mas espremida até à sua essência...)
A resposta surgiu-me tão clara, como a virgem aos pastorinhos (tirem as conclusões que quiserem sobre a sua veracidade...).
Dizer que é tudo por causa dos utentes fixos (aqueles que estão lá a morar...) até é verdade, dizer que é para lhes criar entretenimento e lazer, cada um sabe o seu nível de masoquismo e o peso que isso tem no seu espaço lúdico...
Antes de mais temos que partir destas conclusões:
1. Música Pimba faz mal
2. Música Pimba em doses massiças, aleija!
3. Música Pimba em doses massiças, com um estado clínico precário... MATA! (sim... como em morrer... fim!)
Ora, um dos grandes problemas dos hospitais, tá sempre a dar no paralelipípedo nacional, mais precisamente nos serviços públicos noticiosos, é a falta de espaço. Este problema é consequência da má gerência dos senhorios, pois ainda não foi prós anjinhos a senhora idosa, já eles estão a arrendar o espaço (do corredor) à empregada da limpeza (que tem todo o tipo de doenças possíveis e imaginárias ao mesmo tempo... outro assunto a explorar).
E agora pensemos... não dava jeito que a senhora idosa, em vez de ir pelas escadas, apanha-se o elevador pró purgatório?
O Natal dos coisos é gravado (sim gravado, se tiver lá directo é pra enganar... pode acontecer alguma problema e têem que repetir a cena!) numas salas com umas fileiras de cadeiras paralelas ao palco. Nas primeiras filas são colocados o grupo dos clinicamente estáveis (caloiros e segundanistas em matanças deste género); num plano intermédio estão de estado preocupante (doutores - alusão académica - são os pobres coitados que já vão no 3º ou 4º ano de terror); num plano mais convenientemente afastado encontram-se os clinicamente críticos (veteranos na tortura). Atrás destes encontram-se uns alçapões que ligam a sala directamente à... mogue!
Tá-se mesmo a ver o que acontece... os vets não aguentam às atuações, mesmo em playback, das nossas florzinhas pimbinhas... criando, assim, mais vagas para o sistema nacional de saúde.
Tudo isto é muito secreto, só passado de boca a ouvido, numa base de "se te contar, terei que te matar!"