O minino que sonha

domingo, setembro 18, 2005

Um poema para a mesa 2 faz favor!



A Espera


Procuro os caminhos decisivos,
as portas de saída de uma pneumonia mental
que me prende,
não me deixa ser animal.

Quero ser livre!

Livre como o vento que vai onde quer
Não tem quem o pare, nem a quem obedecer.

Quero ser espontâneo e ter vontade de negar.
Quero ser algo que não me obrigue a amar
Não quero pensar, apenas caminhar sem destino
Apenas reencontrar aquele que outrora fui...

Não mais quererei ser o ser que vive no escuro,
o ser pequeno e descrente das suas ideias..
Que alastra o cancro sentimental que há em mim.

Pois no final...

Da minha existência apenas restaria o ódio:
a marca presente no sangue da minha alma.
Confrontada com um tão duro fatalismo:
o rótulo da minha garrafa ideológica...

Mas meu amor!... Aquece-me.
Aquece as mãos que amanhã poderei cá não estar
para as poderes sentir...

Não deixeis que os meus devaneios
nos tornem distantes ou apáticos.
Não me deixes consumir facilmente
pela minha tão adorada perversão:
a combatente do meu ser
a estripadora da tua alma.

Imploro-te que me agarres
pois sinto-me a cair...
Sinto a minha muralha desvanecer,
estou desprotegido, estou nas tuas mãos!

A minha carne desfaz-se
os meus ossos perdem sustento!
E tu? Onde estás?
Todo o meu eu grita desenfreadamente
o teu nome, consegues ouvir?

Não sentes todos os meus bocados?
Todos tentam adiar o derradeiro final.

Porque amanha...
Amanhã não passarei de um teu pesadelo
Amanhã serei uma reles natureza morta...
Amanhã... Serei eu! (Outra vez).

David Rios 2004

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